I
Vem de longe e traz no peito,
A dor que o atormenta,
A chuva traz a tormenta,
E tudo fica a seu jeito.
Outrora foi pioneiro,
Nas terras de outra gente.
Procura esquecer o que sente,
Pelo seu amor derradeiro.
Que em terra distante ficou,
Com a gente do seu agrado,
Povo por si muito amado.
Aquele que muito amou
E que tudo por lá doou…
O muito que foi lá deixado.
II
Doou todo o seu passado,
À terra onde nasceu.
E tudo o que era seu,
Esquecendo o país amado.
De lá trouxe recordação,
Que não será esquecida.
A juventude perdida,
É dor que traz no coração.
Hoje a saudade sente,
Do tempo que lá passou.
Aquele povo que amou…
E muita daquela gente,
Saudades sentem também,
Do povo que só fez bem…
III
Nasceu, mas não é de cá.,
Grita o político, mal.
Pele branca veio de lá!...
Vai pois para Portugal.
África sempre foi negra,
Reclama o negro então.
É esta a nossa regra,
Podem reclamar em vão!....
As coisa que cá tinham…
São nossas coisas também!
Os bens que Angola tem.
O muito que possuíam,
Riqueza aqui deixada,
Também cá foi achada!...
IV
Esta é a realidade,
Do povo que Angola fez!...
Assim não sente maldade
Da terra que se desfez.
O povo que lá habita,
Culpado ou inocente,
É povo que acredita,
Na falta da boa gente.
Volta que te esperamos,
Traz dinheiro e trabalha.
Traz também a tua tralha…
Por cá não há mais enganos…
O que à distância não vi…
E de tudo o que lá perdi…
Vem desenvolver a terra,
Por cá se ganha dinheiro.
Traz também um companheiro,
Constrói uma nova era.
Oportunidades cá há!...
Dinheiro temos também.
Material Angola tem!...
E tudo fica por cá.
Como por cá já deixastes,
Em tempos que já lá vão.
O que recordas então?...
O que por cá ganhaste!
Tudo ficou cá deixado.
E serás sempre tramado.
Carlos Cebolo
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