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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sábado, 15 de outubro de 2011

DESTINO TRAÇADO




Viana, do Castelo assim chamada,
Cidade do meu encanto,
Aqui poisei sem trazer nada
E em Angola ficou lá tanto.

Do Mundo então descoberto,
Com conquistas aos reis infiéis.
Cheguei com o peito aberto,
Salvando dedos e meus anéis.

Em Lisboa poisei de avião,
Vindo d’Àfrica que muito amava.
Recebi tostões como consolação,
Pelos bens que por lá deixava.

Em Albufeira fui colocado,
Num hotel juntinho ao mar;
Sem trabalho e dinheiro contado,
Procurei terra para me fixar.

Procurando trabalho em vão,                                             
O destino era muito incerto.
Todos me respondiam então,
Procura no norte trabalho certo.

Um mapa pedi e estudei,
As cidades do país belo.
Bem a norte então encontrei,
A linda Viana do Castelo.

Aqui fixei minha residência,
Procurando esquecer o passado.
O ensino a minha proveniência
De Angola já estava acabado.

Sem curso superior então,
Era este o meu triste fado,
Mudei pois de profissão,
Fui trabalhar para o Estado.

De professor para polícia,
Foi um passo de burro dado.
Salvou-me pois a perícia
E o muito que fui amado.

Os meus filhos por cá nasceram,
Viana, cidade do meu encanto.
Os meus pais por cá morreram,
E o meu fim será neste canto.


Assim foi o destino traçado,
Do português ultramarino;
Por quem nos tem governado.
E por baixo aqui assino!
Sem ter medo por ser verdade,
E dito sem qualquer maldade.
Por quem a Portugal já muito deu,
E o seu passado nunca esqueceu.

Carlos Cebolo

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