No meu tempo de miúdo
Brincava,
Com uma bola de trapo velho,
Que fazia com muito carinho.
Num descampado baldio,
Jogava a miúdo,
Com bola de meia, ao meu pai
Roubada.
Na roupa que minha mãe,
Com muito carinho lavava.
Eram tempos felizes vividos,
Com a alegria no olhar.
Quando me magoava não dava
Um ai!
E continuava a jogar.
A ferida sozinha sarava então,
Sem grandes cuidados a ter.
Sem reclamar!...
Não havia qualquer aflição,
E a mãe lá não metia a mão.
Que dor!...
A minha bola de trapos,
Feita pela minha mão,
Era linda!...
Quem não se lembra ainda...
Quem não se lembra ainda...
Os dedos dos pés sangravam,
E grandes topadas nas pedras
Dava.
Sapatos eram postos ao lado,
Servindo de poste de baliza.
Ninguém jogava calçado,
Sola lisa!...
Depois do jogo então,
Levava-se os sapatos na mão.
Pois o campo era mesmo ali
Ao lado.
Carlos Cebolo
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