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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Minha bola de trapo

   
No meu tempo de miúdo
Brincava,
Com uma bola de trapo velho,
Que fazia com muito carinho.
Num descampado baldio,
Jogava a miúdo,
Com bola de meia, ao meu pai
Roubada.
Na roupa que minha mãe,
Com muito carinho lavava.
Eram tempos felizes vividos,
Com a alegria no olhar.
Quando me magoava não dava
Um ai!
E continuava a jogar.
A ferida sozinha sarava então,
Sem grandes cuidados a ter.
Sem reclamar!...
Não havia qualquer aflição,
E a mãe lá não metia a mão.
Que dor!...
A minha bola de trapos,
Feita pela minha mão,
Era linda!...
Quem não se lembra ainda...
Os dedos dos pés sangravam,
E grandes topadas nas pedras
Dava.
Sapatos eram postos ao lado,
Servindo de poste de baliza.
Ninguém jogava calçado,
Sola lisa!...
Depois do jogo então,
Levava-se os sapatos na mão.
Pois o campo era mesmo ali
Ao lado.

Carlos Cebolo

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