MÃO DE DEUS
E acorda Deus, numa manhã de nevoeiro,
Ainda sonolento estende a mão
E liberta o sol com seus raios dourados.
Na matinal oração, quer ser o primeiro
A ver aquela perfeita comunhão
E o porquê, de haver seres amargurados.
Afasta as nuvens para ver com clareza,
A luta entre o homem irmão,
Um mundo em desordem total,
Belos lugares, cheios de tristeza,
Morte em nome de uma religião.
E triste por ter falhado,
Com o livre arbítrio então imposto
Ao homem, feito à sua semelhança.
Sem compreender tanto ódio guardado,
Tanta dor e tanto desgosto
No olhar de uma criança,
Cobre o Mundo com uma névoa fria,
Sem a ira que peca por tardia.
E Deus, que deixou de ser temido com sua bondade,
Também é muitas vezes esquecido,
Naqueles corações que o ódio refaz,
Com constantes actos de pura maldade.
E Satanás passou a ser preferido,
Com a sua tentação, cada vez mais eficaz.
Santidade que então esmorece,
Num culto cada vez mais dividido,
Num tormento que o povo não merece,
Uma crença e fé, com sentido invertido.
Onde está a tua mão Senhor!...
Aquela que abriu o vermelho mar,
Que castigou o culto ao deus pagão,
Porque permitis na criança tanta dor?
Mostra o caminho pelo qual se deve caminhar,
Não tenhas por Satanás, qualquer compaixão.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/