POESIA
Deixando
surgir apenas um raio da sua luz
Que
banha a estepe agreste e selvagem,
O
astro rei perde aquilo que melhor produz
E
no seu pedido de clemência, segue viagem,
Deixando
o vento abrir o horizonte de um céu nebuloso e triste.
Como
um grito surdo de uma boca imaginada,
Sente
o jejum da sua opulência e recolhe aquele coração esfomeado
Que
se alimenta do mal que lhe resiste,
Disfarçando
toda aquela tristeza indesejada
Do
viajante solitário, com aquele seu desejo adiado.
Assim
segue o pobre coração que abraça o Mundo,
Perdido
naquele seu sonho inacabado,
Onde
a esperança parece morrer num ai profundo.
No
seu correr, o rei solta-se desgastado
E
abraça aquele amor já moribundo.
Na
sua aparente calma em fúria, junta-se ao sal líquido da vida,
Como
um rio que corre veloz pela estepe sagrada,
Bebendo
a areia que no seu leito, se torna atrevida,
Sempre
no seu dorso, fortemente agarrada,
Para
não se deixar cair pelo abismo profundo.
É
a bela e eterna poesia com todo o seu encantamento,
Que
procura no Mundo, ser tocada na emoção,
Absorvendo
a efémera luz que forma o sentimento.
Aquele
sentimento forte que arrebata o coração
Que
se esconde nos tramas emaranhados deste Mundo.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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