NOITADAS DA BELEZA
Aquele deliro…Rugas da cor da saudade reflectem a sua dor,
E desse silêncio de uma cegueira que transpira,
Sobram as rugas dum xaile que há muito perdeu sua cor,
Descolorido nos acordos de uma guitarra que já não inspira.
Noites, após noites, no
deslumbre das luzes da nocturna ribalta,
Claras madrugadas, onde
marcharam mais flores das que por lá havia,
Teceram tédios de uma
triste vida, naquela vincada avidez que maltrata,
Toda a estátua mulher
tolhida pelo fumo e outros vapores que sentia.
Naquele vestir de
deslumbre de uma vida traçada, mas não sentida,
Joguetes de um destino que
a própria vida pretende ignorar,
Joga-se a juventude
naquela ânsia sempre vivida de uma vida perdida,
Num fado desse triste
destino com o seu eterno e doentio caminhar.
Ao longe, ouve-se o
silêncio por entre os forçados risos dos anjos caídos,
Que ao perderem toda a
beleza e graça aos olhos do seu senhor se perdem,
Deixando apenas fluir
aquele perfume de aromas já não sentidos,
Naquelas outras noites de
alegria e paixão nas paisagens que não existem.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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