REFÚGIO
Um coração que anoitece entre sonhos idos,
Consome a própria chama de um amor ardente,
Entre delírios de um frenesim que se sente,
Naquela angústia dos sentimentos vividos.
Foge aquela ilusão deste oásis da vida,
Que por momentos se sentiu ser verdadeira,
Essa visão desejada e não passageira,
Que se mantém por essa alma, assim dividida.
O náufrago procura no sabor do vento,
O gosto do corpo sonhado e não sentido,
Naquele momento esperado sem ser consentido,
Ouve no ar toda a tristeza do lamento.
Nesse refúgio da gruta onde se escondeu,
Sacode da memória seu momento triste,
Procurando esquecer tudo que não existe,
E guardando apenas aquele momento seu.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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