NO SILÊNCIO, ESCUTA-ME
Serei sombra nua e crua do teu pensar,
Incolor onde vou e estou,
Segurando meu choro onde sorrio,
Sem destino, sem regras neste caminhar,
Refrescando a flor que ainda não murchou,
Com a gota a gota de um pranto seco e vazio.
No meu silêncio serei asa, viagem, pausa e partida,
Escondido no lamento de um adeus,
Na dorida solidão deste meu querer.
Alma que se renova em cada despedida,
Segredos que guardo por serem somente meus,
No adormecer das estrelas desse sofrer.
Escuta-me nesse colher da flor,
Flor que nasce e renasce na sombra do teu jardim,
Escondendo toda a face da sua ansiedade.
Silêncio que transporta no silvo do vento a dor,
De quem sente aquele pedaço vindo assim,
Na esperança de alcançar a desejada eternidade.
Carlos Cebolo
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