TALVEZ UM DIA
Sem querer e sem fingir que seja eu,
Qualquer dia talvez, eu faça meu poema,
O poema que o próprio espírito já leu,
Antes de ter saído da minha pena,
Ou daquele triste espírito que o teceu.
Talvez esse poema tenha o seu sentir,
Que leve a quem o quiser analisar,
Um diferente sentir que o faça sorrir
Ou outra coisa que o faça querer chorar,
Por sentir que algo está a querer emergir.
Mas como querer fazer o poema tamanho,
Sem estar afeito às lides camonianas,
E à própria poesia me sentir estranho,
Nessa vontade de tais forças humanas,
Querer pertencer a tão ilustre rebanho?
Carlos Cebolo
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