DONO DE UM TEMPO
SEM FIM
Água, mar, este ar que nos alimenta,
À noite serei teu em pensamento,
Nessa ânsia que se afirma e que aumenta,
Escapes de um sonho em seu movimento.
E serei dono do tempo sem fim,
Como a fresca água é dona do seu ribeiro,
Essa tua ausência é tormento em mim,
Mas a esperança é o momento derradeiro.
Há um frio e um vácuo no sentimento,
No pensar de um descaminho só meu,
De um beijo teu, no anseio que alimento,
Apenas sonho. E nada aconteceu.
Sonhar encontros sem esse abandono,
Da vontade que em sonho se viveu,
De um querer real, onde ninguém é dono
E sem cobranças do ser teu ou meu.
E a água do ribeiro corre serena,
Por entre o leito e margens que a sustenta,
Sem opressão da liberdade plena,
Desse amor que da vontade se alimenta.
Carlos Cebolo
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