Chegou a vez do Querer e não Poder, falar um pouco da palavra amor, é talvez apalavra mais pronunciada em todo o Mundo. Este sentimento que é sentido pelos seres do reino animal, não é como muita gente pensa, apenas atribuído aos seres humanos. Os animais chamados irracionais, principalmente os de companhia, sentem amor pelos seus donos. E é por vezes um amor tão intenso, que chegam a dar a vida para salvar a dos seus donos. Há várias histórias verídicas de animais que arriscam a vida no salvamento dos seus donos, assim como há animais de companhia que perante a morte dos seus donos, negam-se a viver e acabam também por morrer. Se isto não é amor, o que será? Amar é querer bem em qualquer momento, é não ver defeitos no ser amado e é acima de tudo, arranjar sempre motivos para perdoar, quando na realidade algo está mal. É nas horas más que o amor é realmente chamado a intervir e a fazer jus há sua fama. Há muitas maneiras de amor: Amor entre amigos; Amor entre familiares; amor pelos animais; amor pela Natureza; amor pelo ego, etc. Mas o que na realidade dá um sentido verdadeiro a este sentimento, é o amor entre casais. Aqui, que tem maior significado. E com, casais não quero dizer casados, mas sim união entre dois seres humanos de sexos opostos ou do mesmo sexo. Aqui o amor é um sentimento muito forte, que depois de solidificado, leva a uma união entre dois seres de famílias diferentes para a formação de uma nova família. O amor, principalmente na juventude, é muitas vezes confundido com desejo. O desejo de estar permanentemente ao lado um do outro; o desejo sexual sentido entre ambos, o desejo de partilhar experiências, nem sempre é amor. O amor é algo mais profundo. Amor é aceitar o outro tal e qual como ele é, com as suas virtudes, com os seus defeitos, tanto na alegria como na tristeza, tanto na riqueza como na pobreza. O verdadeiro amor é ser unha e carne do mesmo dedo e isto é o símbolo do casamento. É sabido que a parte sexual também tem muita importância no amor. Pois se o amor é um símbolo de união, o sexo é um símbolo da família. Sem sexo não há descendência e sem descendência não há família completa. É certo que há casais que optam por não ter filhos, mas isto é mais uma situação levada pela economia do casal ou por puro egoísmo, nunca por amor. Já o poeta Camões no seu soneto sobre o Amor, entra em várias contradições que dão ênfase à palavra.
“ Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente,
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.”
Com a evolução dos tempos, e com a tendência cada vez maior pela liberdade sexual, os casamentos são cada vez menos, e entre os casais, o divórcio ou a separação é em número cada vez maior. As causas são diversas e o amor deixa de ter o mesmo sentido. Embora ainda hoje o soneto de Camões é muito utilizado entre os amantes, já não tem o mesmo sentido que outrora. Hoje em dia, o fogo que arde no amor, vê-se na maneira como é vivido entre famílias. A ferida aberta com a traição é sentida com dor. O contentamento provocado pelo amor, torna-se descontente no divórcio; a dor da separação é uma dor que desatina ao ponto de desunião. Hoje em dia, o amor compreensivo, tolerante, existe principalmente na relação pais e filhos. Já no casal activo, entre marido e mulher, o amor só sobrevive acompanhado pela sua componente sexual. O sexo sem amor é uma constante nos tempos actuais, é visto como uma aventura, como uma experiência, como uma satisfação, enquanto o amor sem sexo é visto como uma ilusão, uma desilusão, uma utopia. O filósofo espanhol Miguel de Unamuno disse: “ O amor é filho da ilusão e pai da desilusão”. Contudo, o amor ainda é o motor da vida, e espero que assim seja por muitos e muitos anos mais.
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