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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 17 de março de 2010

SILÊNCIO

Uma palavra, um gesto, um hábito. Silêncio meninos vamos começar a aula, diz a professora ao entrar na sala de aulas. Psiu!... Faz a mãe quando está a adormecer o Bebé. “Silêncio você está num hospital”, chama a atenção o letreiro colocado na parede. Uma palavra, um gesto, um hábito tido como civilizado. Por vezes, estar no escuro, em perfeito silêncio, é útil à saúde, não digo que não! Não ouvir a TV, o rádio, as pessoas a falarem, é muito bom em determinado momento, mas quando esse momento se torne longo, é algo preocupante. Estar em casa, no nosso quarto e não ouvir qualquer ruído, no início é encantador, mas com o passar do tempo esse encanto transforma-se em medo, em pavor. Imaginem estarem sentados num banco de jardim, com todos os sons próprios do meio, as crianças a brincarem, os animais a correrem de um lado para o outro, os carros a circularem, os pássaros a cantarem, enfim, acompanhado por todos os sons da Natureza e, de um momento para o outro, deixa de os ouvir. Faz-se um silêncio total. Qual a sensação? Medo pela certa. Pavor por algo de mal ter acontecido ou estar para acontecer. E em vez de silêncio, gritamos urgentemente por barulho. Qualquer barulho, mesmo o mais desagradável que houver. O ser humano é assim mesmo. É de extremos. Há alturas em que o silêncio total é bem-vindo, outras vezes, apenas o barulho da natureza é solicitado e em certas situações, quanto mais barulho melhor. É tão agradável estar em casa a ler o bom livro e ouvir música, como estar à beira mar, durante a noite, a ouvir apenas o barulho das ondas, assim como estar numa floresta a ouvir o chilrear dos pássaros, ou estar num campo de futebol e ouvir o barulho ensurdecedor das claques. Tudo é necessário e agradável e, a necessidade do mais ou menos barulho, ou a ausência dele, depende do nosso estado de espírito, do momento e do local onde nos encontramos. A natureza está em constante mudança e não é nada silenciosa. O ser humano foi talhado com a Natureza e por isso necessita de ruídos à sua volta. Psiu!... Estou a pensar!...Silêncio é também não querer dar qualquer opinião ou, falar sobre determinado tema. Há um provérbio Japonês que ilustra muito bem isto.”As palavras que jamais foram pronunciadas são as flores do silêncio” E aqui faço também referência a outra frase que ficou célebre “ O silêncio é de ouro” O silêncio é mais do que necessário para se descansar e para não se comprometer, mas também é em certos casos prejudicial. No chamado silêncio dos inocentes, esse silêncio altamente prejudicial e que está a acontecer cada vez mais ou, pelo menos a ser cada vez mais conhecido. Falo do silêncio das vítimas. Vítimas de violência doméstica; vítimas de abusos sexuais; vítimas de Bullying; vítimas de descriminação racial, sexual ou religiosa; enfim, vítimas que na sociedade em que vivemos, ainda são consideradas de um mal menor, roçando mesmo à normalidade para alguns sectores responsáveis da sociedade. Aqui o silêncio, além de ser altamente prejudicial para a vítima, também o é para a comunidade em geral. Acabar com o péssimo hábito enraizado na mente popular de que “ entre marido e mulher não metas a colher” ou “são crianças, não ligues”,ou ainda “é preto não pensa”, é um passo urgente a ser dado por toda a população mundial. É chegada a altura de nos mentalizarmos de fazer deste silêncio, o grande grito de alerta que poderá contribuir para uma maior igualdade não só entre sexos, mas acima de tudo, entre todos os sectores sociais e humanitários. O crime de violência, seja de que natureza for, deverá ser sempre denunciado por quem sofre, por quem presencia e por quem tem dele conhecimento. Aqui, o silêncio não é de ouro, nem de prata. Aqui o silêncio é seguramente de lata. Vamos todos dizer não a este silêncio.


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