Um vento quente do sul vem,
E com ele caminha a solidão,
Vazio penhasco que o deserto tem
Que esfria o seu coração.
Gazelas soltas ao vento,
Num constante movimento,
Procuram chamar a atenção,
De quem triste, trás o coração.
Caminha só com seu cajado,
O peregrino da Natureza,
Pisa descalço o chão sagrado,
Levando consigo uma certeza.
Encontrar o seu povo amado,
No deserto que se apresenta,
Um lugar seco e escaldado,
Que também o alimenta.
Homem da cor do Âmbar,
Musculo e pele em osso grudado,
Faz do deserto seu eterno lar
Buscando alimento ali guardado.
O Bosquimano regressa ao lar,
Com saudades da sua gente,
Foi longe conhecer o mar,
E procurar a sua semente.
O sal que da água tirou,
Semente do imenso mar,
Sabor que logo amou,
E aos seus vem agora dar.
A carne tem outro sabor,
Com a semente do mar,
À família mostrou amor,
Com este seu caminhar.
Carlos Cebolo
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