A onda do mar rebenta serena,
Na praia espraia o seu encanto.
À luz do luar, numa noite amena,
Oiço os corais e o seu belo canto.
Na areia molhada procuro algo!...
Penso encontrar a tua pegada.
Uma silhueta ao longe, um sobressalto!
Esbelta, caminha serena, na noite calada.
A minha alma pula de emoção!...
A esperança em te encontrar é enorme.
No meu peito bate forte o coração,
Enquanto a onda do mar, na praia morre.
Olho fixamente o belo horizonte,
Procuro descobrir quem caminha.
O vento lateral gela-me a fonte,
A sereia da praia não é a minha.
Desiludido retorno a incessante busca,
Na areia molhada, um vulto sentado.
A luz da lua brilhante me ofusca!
Será o vulto que vejo, o meu bem amado?
Fixo o olhar esperançado.
Vejo o vulto com alguém ao seu lado.
Aproximo-me confuso, alarmado!...
Encontro apenas alguém com o namorado.
A noite caminha para o seu fim,
Na areia da praia caminho só.
No meio das dunas oiço por fim,
Um choro triste que mete dó.
Reconheço o choro no meu coração,
È a minha sereia, tenho a certeza!...
Corro p’ra ela a pedir perdão.
Olhos em lágrimas, cabelos soltos,
Que imagem forte com tanta beleza.
Agradeço aos céus com todo o coração,
Aperto-a nos braços e beijo-lhe o rosto.
Levo a minha sereia pela mão,
Afago seus cabelos, enxugo as lágrimas.
Aperto-a forte, junto ao coração,
Esquecendo de vez, todas as mágoas.
Carlos Cebolo
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