Sou cavaleiro sem cavalo,
Procuro a minha donzela,
Para o coração sossegar.
Levo comigo um regalo,
E a flor mais bela,
Que alguém possa ofertar.
No aconchego do meu quarto,
Monto o cavalo imaginário,
Que nem Quixote valente,
E contra vendavais parto,
Ataco o meu armário
E tudo que encontro pela frente.
Doido?
Não!...
Apenas um sonho sonhado,
Num sono profundo inacabado.
No meu sonho vejo claro,
A donzela não é mulher!
É o país que me foi dado,
E tudo o que lá houver,
Que lembre a minha infância.
Juventude por lá perdida,
Paisagem então esquecida.
Lanço o cavalo veloz,
Procuro encontrar a vida,
Mas o povo não tem voz.
Meu povo sofre,
Por falta de liberdade!?
Eu também sofro,
Por conhecer a realidade!...
Meu cavalo atravessa nuvens,
Leva-me no seu galope,
Minha lança penetra rochedos,
Chamo-te e não vens,
Luto com a própria morte,
Libertando os meus segredos.
Carlos Cebolo
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