No silêncio da noite escura,
Passo silencioso à tua porta.
O diabo do ciúme escuta,
Detalhes que a poucos importa.
Vejo-te nos braços de outros,
Vendes o corpo para sobreviveres,
Vejo-te morrer aos poucos,
E isto é a causa do meu sofrer.
Há muito que te vejo passar,
Rua acima, rua a baixo sem fim,
Minissaia que convida a amar,
Convite a um belo festim.
Secretamente no meu silêncio,
Amo-te sem nunca te dizer.
Espero que chegue o momento
E ter coragem para o fazer.
Passas por mim sem olhares,
Nem dás pela minha presença,
Procuras outros para amares,
Ou apenas fazes presença.
Dos homens que contigo se deitam,
Apenas queres o necessário dinheiro.
Teus carinhos, teus beijos aceitam,
Não importa quem seja o primeiro.
Meu ciúme aumenta dia após dias,
Sem ter coragem para te falar.
Podia dar-te a vida que merecias,
E na rua não teres de andar.
Quando passo por ti, vejo o teu desdém,
Não olhas para mim, não tenho cor.
Aos teus belos olhos não sou ninguém,
E por isso vendes o teu amor.
Hoje passei por ti, senti o teu perfume,
Olhaste para mim e deste-me um beijo.
Um gesto que não é teu costume,
Mas sempre foi o meu desejo.
Carlos Cebolo
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