ANOS
CONTURBADOS DE UMA ANGOLA
EM MUDANÇA
XX Parte
Dois anos
depois de estar no Polícia, Carlos, que tinha os estudos necessários e
exigidos, concorre a subchefe. Passa no exame de admissão e vai para Alcântara
tirar o curso.
Depois do curso,
Carlos é colocado a seu pedido em Algés/Miraflores, como subchefe, uma vez que
para Viana do Castelo, teria de seguir uma lista de antiguidades.
Em Algés,
Carlos procurava estudar e tirar dentro da própria polícia, o maior número de
cursos e especialidades que pudesse, pois sabia que com certas especialidades,
poderia ir mais rápido para Viana do Castelo, sua terra adoptiva.
Ao ler a ordem
de serviço, reparou que a polícia estava a fazer concursos para instrutores de
educação física, cujo curso seria tirado no CEFA – Centro de Educação Física da
Armada, no Alfeite.
Mais uma vez,
Carlos concorreu, foi fazer provas e passou.
Foi então para
o CEFA, onde tirou o curso de educação física.
Com o curso na
mão, Carlos foi colocado em Viana do Castelo, como instrutor de educação física
da Polícia.
Em Viana,
estava em casa e a vida tinha melhorado bastante, não só em termos económicos,
mas também em estatuto.
Embora a vida
de Carlos tinha melhorado bastante, Carlos não ficou parado em Viana do
Castelo. Devido ao curso de educação física, foi várias vezes chamado para dar
instrução em Torres
Novas.
Carlos que não
era homem de ficar parado, continuou a tirar outros cursos que apareciam dentro
da Polícia
Atingiu assim
o posto máximo existente na polícia de base e aí, parou. O posto acima era o
início dos postos destinados aos oficiais da academia policial e para aí,
Carlos já tinha passado da idade.
Mas não parou
de estudar e tirar outros cursos específicos dentro da sua função.
Hoje,
encontra-se aposentado, mas não deixou de tentar fazer algo que o mantenha
ocupado.
Aderindo às
novas tecnologias, criou um blogue onde escreve contos infantis, diferentes dos
contos clássicos e já extremamente conhecidos e esbatidos, assim como também
escreve poemas, principalmente que o fazem recordar a sua terra natal. Angola.
Esta é uma
história verídica, vivida não só pelo autor, mas por milhares de portugueses
nascidos nos territórios africanos.
Uns, como
Carlos, tiveram sorte e refizeram a sua vida. Outros, menos afortunados, vivem
em completo abandono, esquecidos que um dia, foram os grandes defensores de
Portugal em terras de África.
FIM
Carlos Cebolo
Com este
capítulo termino este pequeno resumo de uma vida igual a tantas outras que, por
força de uma política mal dirigida, foi apanhada pelas teias de um drama vivido
na realidade da incerteza que depois de 37 anos, ainda continua a ter os seus
efeitos nefastos.
Pensei muitas
vezes se deveria aqui publicar ou não esta história verídica que pode trazer à
lembrança factos muito dolorosos. Mas depois de muito pensar, fiz questão de
publicar este pequeno resumo da minha vida, que como disse, é igual ou
semelhante a muitas outras de quem veio de África com a revolução, para que os
nossos descendentes possam saber um pouco QUEM SOMOS; DE ONDE VIEMOS; O QUE
SOFREMOS E O PORQUÊ DA NOSSA CONSTANTE REVOLTA. (Os factos narrados
reportam-se apenas ao período entre 1961 a 1976)
O autor
Carlos António de
Oliveira Cebolo
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