O OUTONO DA VIDA
No renascer da alvorada,
Um grito.
O silêncio da escuridão
Que ecoa em ouvidos moucos,
Inundam a tua boca desejada,
Com lágrima de luar salgada,
Que escore pelo rosto hirto.
Sonetos da indesejada solidão,
Percorrem o vazio como loucos.
Dançam saudades de outrora,
No desalinho ardente da saudade,
À procura da sua aurora,
Nos tempos perdidos da mocidade.
Este renascer tardio do amor,
Que encontra ecos distantes,
Em corações de idêntico fervor,
Que fazem dos seres, amantes.
No entardecer que vence o sono,
O tempo que nunca esqueceu,
Procura vencer o seu Outono,
Com o amor que sempre mereceu.
Este renascer da loucura,
De amar e ser correspondido,
Apenas procura ternura,
No sentimento de grande candura.
Na escuridão, o seu sonho voa,
Por entre nuvens iluminadas pelo luar,
À procura do chamamento que ecoa,
Na esperança de voltar a amar.
O espírito sente-se traído,
Com o chamamento que tarda em chegar,
Como o anjo por terra caído,
Que não se consegue levantar.
Carlos Cebolo
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