MISTICISMO
Noite enluarada!...
O desejo num brilho que puxa,
Pelos amantes em disparada,
Anunciando o dia da Bruxa.
Vassouras voadoras em contraste com a lua,
Bruxa má, fada boa em desfilada,
Numa mistura de gnomo e duende,
Na mágica noite nua.
Anjos e demónios e alma penada,
Num canto onde a alma acende,
O espiritismo na realidade crua.
Morte e ressurreição da alma,
Na irmandade da religião,
Para uns é sentido com calma
E noutros a pura rejeição.
S. Cipriano e o livro mágico,
Com crenças e descrenças na crítica,
Poetas cantam o fim trágico,
Do misticismo que o fabrica.
Medo da morte!
Sentido de vida após vida,
Neste poema dou o mote,
Do grande mistério da partida.
Uns afirmam haver vida no além,
Outros que a morte tudo acaba.
O misticismo do antigo vem,
Com o demónio que se baba,
Pelas almas penadas perdidas.
Na idade média era crime!...
Queimavam-se pessoas possuídas,
Mas todos temiam o bruxedo.
Hoje ainda há quem o recrimine
E quem enriqueça com almas perdidas,
Implantando no misticismo o medo.
Carlos Cebolo