CASTELOS DE AREIA
Somos apenas figuras de romance,
Sem vida e sem morte na realidade,
Nesta mecânica da vida e idade,
Como um sonho em pleno transe.
Somos autênticos figurantes,
Na comédia simples da vida,
Neste Mundo de Passagem.
Na certeza da morte, insignificantes
Na magia do tempo na terra sentida,
Onde a passagem deixa de ser miragem.
A angústia da morte, na surpresa da vida,
Sentida por quem nasce para morrer.
A morte sentida na emoção,
De quem fica com a vida vivida,
Sempre começa com o acto de nascer,
Tendo um tempo limite por condição.
Para quem morre, aqui fica morto,
Mesmo estando vivo no além.
Os vivos choram à procura de conforto,
Esquecendo-se de onde a alma vem.
Nesta vida o pavor do desconhecido,
Por falta de conhecimento de quem conhece,
Na falta de saber do conhecido,
Acredita apenas que o corpo arrefece.
Chora-se a morte no seu velar,
Na presença física do caixão,
Que aos poucos se esquece com o falar,
Depois de sossegado o coração.
Apenas é lembrado o nascer e o morrer,
Em aniversários recordados,
Duas vezes no ano para não esquecer,
Os familiares então amados.
Nesta vida tudo passa!...
Nada somos de importante.
Com altivez celebra-se o dia da raça
E o tempo faz de ti insignificante.
Carlos Cebolo
Sem comentários:
Enviar um comentário