GLOSA _A NOITE
TRISTE QUE NUNCA CHORA
NESSA SAUDADE DO PENSAMENTO
Naqueles tristes escombros da hora,
Com seu céu interior ainda mudo,
E com o cair de um nevoeiro miúdo,
A noite triste que nunca chora,
Abraça o nascer de nova aurora.
Canta o grilo no seu esplendor,
Chamando a fêmea no seu calor.
Naquela esperança de acasalar,
Pouco antes do quente sol raiar,
Consagrando assim aquele amor.
Triste hora morta no seu final,
Que esta natureza se aproveita,
Sem a humanidade que se aceita,
Reveladora de uma imoral,
Torna o doce gesto natural.
Será doce todo esse momento,
Como eterno será o sentimento,
Do gesto simples em perfeição,
Que consagra toda a bela união,
Nessa saudade do pensamento.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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