PLANTAR ABRIL
Rosa colhida do teu jardim,
É mais forte que um simples retracto,
Com seu odor, chegou até mim,
Deixando-me eternamente grato.
Neste azul céu, canta o rouxinol,
Mágoas palpitantes do teu seio,
Como quem te rouba o quente sol,
Altivo medo do teu receio.
Sem ter por aqui, tão bela flor,
Um cravo, rosa ou lindo jasmim,
Aquele lírio branco encantador,
Colhido no teu lindo jardim.
Não senti, aquele tão grande amor,
Amor do colibri que beijou,
Os teus lábios com todo o fervor,
Doce néctar que de lá jorrou.
E por cada flor, assim colhida,
Trazendo o teu cunho virginal,
Faz-me lembrar a viúva esquecida,
Nas teias firmes do teu beiral.
Viúva negra, tão bela rainha,
Com beijo mortal esquece a vida,
Naquele amor que não se adivinha,
Forçando a hora da despedida.
Na fresca manhã primaveril,
Vem o rouxinol aqui cantar,
Cravos vermelhos daquele Abril,
Que nesse teu jardim, quer plantar.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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