CANTO NEGRO
Por entre a névoa, num descortinar incerto,
Esse cansaço sentido no pensamento,
É como caminhar por um quente deserto,
Sem sentir esperança no triste momento.
Sem poder sentir no ar da noite, a madrugada,
Sem conter a fúria da imensa solidão,
Muito antes do raiar da manhã esperada,
Esse negro astral arrefece o coração.
Tudo no momento, parece muito pouco,
Comparado com aquele tormento surdo,
Dum mundo que parece cada vez mais louco,
Contendo essa voz ouvida num grito mudo.
E canta o povo o tormento da sua dor,
De uma outra vida que em si, procura viver,
Fugindo ao abraço do próprio criador,
Que com enganos, promove o seu padecer.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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