GOTAS DO MEU PRANTO
Pouco a pouco vou-me esquecendo da vida.
Não desta vida terrena que me deste,
Mas da vida vivida que o vento levou.
Nesta terra frágil, no próprio mundo vencida,
Num mal perfeito, do imperfeito que se veste,
Onde tudo se quebra, também me dou,
Amando neste lugar de imperfeição,
Roubando pouco a pouco todo o encanto,
Daquela doce fúria que arrebata o coração,
Deixando fluir as gotas do meu pranto.
E assim voa o meu impreciso pensamento,
Esperando que o vento volte por ali a passar,
Para poder sentir aquele amor bem distante,
Daquela que me fez viver por nascimento,
Não querer ser mortalha que me há-de encerrar,
No túmulo da vida, duma saudade bastante.
Por ti criei toda aquela imperfeita ilusão,
Duma mocidade moldada na imperfeita flor,
Talhando sentimentos traçados em emoção,
Que hoje, intensificam toda a minha dor.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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