SER PÓ
No côncavo sossego do seu Ser,
O triste desassossego de uma alma,
No cinzento tédio que não o acalma,
Nem acalma essa vontade do crer.
Será grato ao pó que é e que será,
Na ilusão de uma vida aparecida,
A morte ser uma desconhecida,
No profundo sentido que achará
Sempre noite, frio, negror sem fim,
Neste viver de um silêncio sentido,
Com o poder do crer sempre invertido,
Terá de viver neste mundo assim.
Quando menos se esperar, será pó.
Daquele mesmo pó que outrora viveu,
De um outro mundo que sentiu ser seu
Na amargura de ter de partir só.
Sente o constante momento que existe,
Consciente de todo esse amanhecer,
Saber o que será e o que há-de ser,
Neste insano mundo, p’ra sempre triste.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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