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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sexta-feira, 31 de março de 2017


JULGO QUE MENTE

No fazer crer, a irrealidade,
Dizendo seres a mais formosa,
Que o dia e a própria claridade,
É uma mentira piedosa,
De quem assim fere e não sente,
Sempre julgo que agora mente.

Mentira que de si saiu,
Que por amor eu aceitei,
Promessa que não se cumpriu,
Tantas vezes que lhe perdoei,
Sem falar no que se consente,
Assim direi que sempre mente.

Ser sempre má, a vil mentira,
Que em tudo te consentiria,
E em ser feliz se retira,
Tudo o mais que me desfaria,
Deixando de ficar contente,
Cuidando que sempre me mente.

Aceito o vosso prometer,
No amor que agora padeceu,
Tudo isso que se quer dizer,
Aumenta a dor de quem sofreu,
Na mentira que agora sente,
Sempre que num amor se mente.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 30 de março de 2017


SEM AFIRMAÇÃO

As vezes penso que perdi o jeito de escrever,
Jogo e arrumo as palavras soltas em pedaços meus,
Nas entrelinhas sobrantes da vida a renascer,
Com essa imperfeição de quem sou, libertando adeus

Na procura constante poética da fantasia,
Perco minhas memórias em outrora madrugadas,
Na espera dolorosa nem sempre com simpatia,
De quem estuda e lê estas bagunças desesperadas.

Sentimentos juntam-se e desabam dentro de mim,
Sempre com o medo solto rolando por entre abismo,
No formar de sombras obscuras que procuram seu fim,
Lançando no espaço e no tempo todo aquele cinismo.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 29 de março de 2017


MENTIRA

Quero-te dizer mas não consigo,
Acalento no ar a esperança,
Continuar a ser teu grande amigo
E trazer teu nome na lembrança.

Quando por simples gesto de digo
Que o meu amor estará contigo,
Nessa mentira serei verdade,
No sentir preso à tua saudade.

Pra dizer que te amo eternamente,
Na falsidade do coração,
Tudo se tira quando se mente,
Com a eterna cobiça e ambição.

Nesse correr sem vela e sem leme,
Segue a mentira no seu caminho,
Num amor fingido que não teme,
Acabar ficar sempre sozinho.

Navega a nau que se vai perder,
Por esse mal que vier a ter,
Na mentira destrói a esperança,
De quem não cuida fazer mudança.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 28 de março de 2017


CARÍCIAS MUDAS

Toco a poesia, cantando todos os amores,
Abrem-se os sonhos das vidas que se fazem tristes
E por fim, o âmago da tristeza também senti.

Paixão entre desejos que explodem odores,
Nas carícias mudas que na imaginação sentistes,
Espalhadas pelos recantos da tua pele que feri.

 Sem regras, naquele pincelar de aguarelas
 Tatuadas num voar inconstante e frágil
Que ofuscou o veludo do teu olhar,
As lembranças da paixão ficaram ainda mais singelas
E o amor formou e teceu o seu doce ardil,
Por onde passei e fiquei no meu sonhar.

Naquela imaginação dançante dos dedos,
Que do infinito procura sentir a ansiedade,
Provocam arrepios na memória dos dias perdidos.

Percorrendo o mundo das lembranças onde a vida se consome,
Ferem-se os lábios secos e saudosos na procura do reviver
Aquele breve amor, apenas sentido onde o sonho dorme
Com aquela incerteza que a faz, pouco a pouco esmorecer.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 27 de março de 2017


MOÇA E MENINA

Botão aberto em concha fechada,
A moça e menina feliz donzela,
Entre algodoeiros com alva flor,
Lança sorrisos em desfilada,
Com lábios carmim que a faz singela,
Nessa loucura de íntimo pudor.

Sempre com o seu ar de enamorada,
Seios palpitantes de emoção,
Lança olhar fugaz de timidez,
Naquele sentir em ser desejada,
Colhe suave a alva flor de algodão,
Envolvida nessa embriaguez.

A moça e menina sonha calada,
Traçando esse destino a seu jeito,
Para ser mulher, ainda menina,
Dentro da sua concha fechada,
Onde tudo se torna perfeito
E a juventude ainda é divina.

Procura com o olhar alcançar,
A lua com que sempre sonhou,
Com aquele suspiro de enamorada,
Num sonho íntimo, aproveitar,
O momento que agora chegou,
A moça e menina, mulher sonhada.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 24 de março de 2017


ILUSÃO

Nem escuridão
Nem luar
Só distância
Mudança
E amor
Emoção
Viagem
E Ilusão
Sem porto
Sem cais
Nem abrigo
Solidão
Intolerância
Profundo mar
Infinito azul
Desilusão
Sem norte
Sem sul
Nem coragem
Nem esperança
Eterno fim
Fora de mim

Carlos Cebolo
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TROVAS SOLTAS
(Trova)-1
Neste canto de emoções,
Passa a vida divertida,
Guardando recordações,
Daquela vida vivida.

(Trova)-2
Assim voam os pardais,
Entre ninhos d’andorinhas,
Também escuto teus ais,
E as tuas dores, são as minhas.

(Trova)-3
Não gosto do teu sofrer,
Tua tristeza eu lamento,
Com este teu padecer,
Se fere meu sentimento.

(Trova)-4
Não gosto de te ver triste,
Faz essa tristeza voar,
O amor por lá, não existe,
Não queiras por lá ficar.

(Trova)-5
Se me queres esquecer,
Deixa de cantar meu fado,
Liberta todo o teu crer,
Esconde o amor declarado.

quarta-feira, 22 de março de 2017


PRIMAVERA

No sentir único da felicidade,
As andorinhas beijam os altos beirais,
Com o bico, talham seus recantos de amor,
Procurando atingir essa eternidade,
Com a natureza formando seus casais,
Nessa escolha perfeita entre a cor e o odor.

E o primaveril tempo traz alegria,
Pintando em tons de aguarela a Natureza,
E o verde tapete toma novas cores,
Forçando os insectos numa sinfonia
Tocada com grande mestria e beleza,
Juntando fêmea e macho nos seus amores.

Florescem os silvados à beira do rio,
Entre o coaxar das rãs em pleno festim,
Garças brancas procuram o seu alimento,
Nas frescas águas talhadas pelo frio,
Que vão regar todo aquele belo jardim,
Deixando para trás o fadado lamento.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 21 de março de 2017


RENOVA-SE A NATUREZA

Na presença da luz natural
Com as árvores a viverem o seu florir,
Tem a primavera o seu natal,
Com a sua alvorada e o seu sorrir.

À sombra dessa Mulemba linda
Onde os pássaros vão almoçar,
Canta a árvore pelo inverno que finda,
Com nova folhagem a baloiçar.

Morre o frio e todo o tom cinzento,
Desse triste inverno que acabou,
A nova alvorada traz seu alento,
Essas novas cores que o Sol dourou.

A árvore tem seu dia merecido,
Veste-se de verde natural,
Ao Mundo fico eu agradecido,
Por fazer surgir sempre o Natal.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 20 de março de 2017



GLOSA-FERIDA QUE A ALMA SENTE

Meu coração sangra de dor,
Não a sinto, mas sei que a tenho,
Definha como o ardente lenho,
Que na chama produz calor,
Entregando-se ao seu amor.
Com este meu sofrer presente,
Sofrer que esta alma não consente,
Enfraquece nossa união,
O sentir dor no coração,
Na ferida que minha alma sente.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 17 de março de 2017



MEU PAI

Em pequeno, muito brincava e muito me distraía,
Era tão gostoso ver meu pai na labuta da vida,
Aquela imagem forte sempre com algo para fazer,
Sempre com um sorriso, mesmo não tendo o que merecia,
Ou a vida lhe pregava a mais impensável partida,
Vivia mostrando felicidade, estando a sofrer.

Com sua partida, meu pai tornou-se para mim, a lenda,
Seu carro velho, ele fazia funcionar como um relógio,
No desassossego da vida, mostrava serenidade
E para ajudar, trazia consigo uma chave de fenda,
Fazendo do trabalho, o seu mais precioso refúgio,
Tratando todo o mundo sempre com imparcialidade.

Meu pai lutou contra o preconceito da raça e da cor,
Procurou sempre soluções na adversidade da vida,
Na dificuldade da vida, procurou abrir o véu,
Na escuridão, mostrou claridade, transportando amor,
Fez da disciplina bandeira, preparando a sua partida,
Partindo à minha frente, para guardar o lugar no céu.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 16 de março de 2017


BAILARINA AFRICANA

E o trompete solta o seu som,
Nessa noite que a lua jaz,
Outra estrela com seu brilhar,
Expõe a nu seu doce dom
E mostrando do que é capaz,
Sai a bailarina a cantar.

A Vénus que África produz,
Sua pele de negro vestida,
Lança um perfume serpenteante,
E entre a escuridão se faz luz,
No transformar a noite em vida.

Ritmo negro, cheio de amor,
Olhos da cor da escuridão,
Ilumina o céu nesse encanto,
Com sua pele da mesma cor
Onde transpira a emoção,
Escondendo o seu triste pranto.

E a bailarina serpenteando,
Entre esse perfume que esvoaça,
O toque suave do tambor,
Abafa o trompete tocando,
Esses sons África que abraça,
Beleza negra na sua dor.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 15 de março de 2017


PAI

Ser pai é ser inteiro,
Orientador,
Companheiro,
Protector.
Para ser pai não basta ter,
Procriar,
Querer e fazer,
Tem de saber amar.

Ser pai é compreender,
Sossegar,
Minimizar o sofrer
Acariciar.
É ser luz na escuridão,
Esperança na tristeza
Calmaria na sofreguidão,
Do nada fazer certeza.

Ser pai é estar presente,
Nas horas de aflição,
Não é gritar,
Bater
Ou castigar.
É corrigir,
Proteger,
Ensinar.
Saber sorrir
E não esmorecer.

Ser pai é ser verdadeiro,
Cais de abrigo,
Porto da salvação.
Na protecção ser o primeiro,
O fiel amigo,
Símbolo da união.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 14 de março de 2017


MULHER OBJECTO

Rosto belo esculpido em mármore rosa,
Dureza pétrea que sempre deslumbra,
Com todo esse encanto cantado em prosa,
Mulher objecto que sai da penumbra.

Do céu, descem as esfinges encantadas,
Poisam no chão onde desponta a dor,
Com esse voo de asas muito desgastadas,
Naquele penetrar que provoca horror.

Sopra o vento mistérios desvendáveis,
Entre gritos cerrados na garganta
Com todos aqueles gestos descartáveis.

Mulher objecto que curte a beleza,
Cai nessa fama que a muitas encanta,
E só, terminam a vida na tristeza.  

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 13 de março de 2017


PESADELO

Aguarela de uma vida em tela tecida,
Na dúvida conforme a invocação da musa,
Dos tons fortes que a transforma entristecida,
Nesse palco onde a felicidade se recusa
A surgir, carregando todo o seu sofrer
De flor morta que quer continuar a viver.

Aos deuses, apenas o sonho se agradece,
Como sentença decretada por um juiz,
Onde a noite tapa o sol e o mundo escurece
E a triste alma vivente procura ser feliz,
Com todo aquele anseio, triste e derradeiro,
Que o próprio sonho faz tremer o travesseiro.

E o triste sonho, onde o sossego não é nada
E nada é a matiz por onde ele surgiu,
É lugar onde a vil morte está sempre ansiada
Em receber com louvores, a vida que ruiu,
Deixando a alma nessa triste infelicidade,
Criada com todo aquele avançar da idade.

Nesse cantar, onde as próprias notas tecem,
Aquele enredo que perturba o próprio ar,
Atingem todas essas causas que entristecem
Naquela ilusão, as tristes noites sem luar,
Onde a alma vagueia no pesadelo tido,
Deixando por momentos o corpo ferido.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 10 de março de 2017


ILUDINDO FANTASMAS

Iludo os fantasmas deste meu Ser presente,
Deuses, forças ocultas da ciência sem fé,
Entre auroras que brilham no mesmo lugar,
Que lutam por entre os períodos fracos da mente,
Ocupando um espaço livre, pé ante pé,
Suave naquele seu incessante caminhar.

Iludo os fantasmas que da minha alma vivem,
Com aquele festejar triste de uma viuvez,
Na escuridão onde o silêncio se acentua,
Colhendo o murmúrio que planta o desdém,
Tolhendo a felicidade que procura vez,
Na vida encantada que não se perpétua.

Na turbulência tranquila dessa ilusão,
Sensações desencontradas de uma vida sã,
Que sorve dos cálices o licor moribundo,
Nessa avidez em colher nova transfusão,
Que na ilusão, mostre não ser a vida vã
E o sentimento guardado ser mais profundo.

Neste sentir, indicador de alma rachada,
Com sua angustia no fundo em todos os prazeres,
Apresenta a alma o seu grande grau de pureza,
Sentindo-se dentro do corpo desejada,
Pronta para desempenhar todos os seus afazeres,
Mesmo que de tudo, não venha a ter certeza.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 9 de março de 2017


INDÓMITO

Indómito sonho que atormenta o sono,
Naquele silêncio profano do Sol
Que gela o brotar de tão lindas flores,
Onde o nada, parece não ter dono
E na seara apenas um girassol,
Na constante procura do calor.

Nessa cegueira do silêncio, a dor…
Mulheres que sentem os seios oprimidos,
Como oprimido se encontra o enjaulado,
Separado do sonho e seu amor,
Entre as brumas que tolham seus sentidos,
Naquele silêncio que ficou guardado.

Renascer da esperança que se afigura,
Dia após dia, se manter mais triste,
Como triste será a seara sem ter flores,
Alimentada só pela tortura,
Em combater algo que já existe
Nesse silêncio da alma e suas dores.

O seu cálice invertido corrompido,
Atingido por essa maldição,
Atormenta a flor nesse caminhar.
Viver naquele seu sonho interrompido
Pela tristeza sem outra ocasião,
Fecha a mulher nesse seu triste pensar.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 8 de março de 2017


MULHER

Encanto puro da mãe Natureza,
Essa força sentida no pensar,
Sem ser dia, já é alvorecer,
Por vezes recatada na incerteza,
Sem poder nem conseguir disfarçar,
Toda aquela angústia que a fez sofrer.

Veste-se para um baile que não existe,
Noites de festa na imaginação,
Valsando com o seio que lhe palpita,
Por um amor que só lhe fez ser triste,
Como triste é também a condição,
De ser mulher, com o amor que acredita.

E a sonhar com um grande amor proibido,
Lança o seu charme como bela flor,
Olhar furtivo com um belo sorriso,
Entre lágrimas de um amor ferido,
Sempre na dúvida de um novo amor,
Lembra a dor de um anterior paraíso.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 7 de março de 2017


MANHÃ DE INVERNO

E assim nasce esta manhã escura,
Do oriente vem o dia clareando,
Montes e vales vai descobrindo,
Com essa neve poisando segura.

Envergonha o Sol que tarda em vir,
Com sua alegria radioso,
E o mundo da sua luz saudoso,
Vai respirando o frio a sorrir.

Noctívagos cansados do trabalho,
Cerram os sentidos ao seu redor
E para amainar essa triste dor,
Pisam a relva com seu fresco orvalho.

Chega essa manhã bela e amena,
Vinda do Oriente com sua luz,
Neve branca que ao Mundo seduz,
Vai caindo angélica e serena.

Sente-se o orvalho nas flores cansadas,
Luz do Sol que loira a Natureza,
Tudo aquece na sua beleza,
No tocar as pétalas delicada.

Carlos Cebolo
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