FILHO DA GUERRA
20/12/2011
Com os pés descalços, sola dura,
Caminha o menino com ar triste.
Seu rosto marcado pela amargura,
Percorre um país que não existe.
Menino descalço caminha só,
Seu pensamento voa para longe.
Seu corpo magro de fome, mete dó,
A pobreza nele não se esconde.
A cidade grande tem muitas casas,
Percorre de ponta a ponta sem parar,
Lamenta a sorte de não ter asas,
Para longe poder voar.
Conhecer novos horizontes,
Habitantes de outras terras,
Esquecer onde a pobreza se esconde,
Viver pensando em outras eras.
Que da sua vida se esconderam,
Sem nada fazer para merecer,
Lembra os pais que já morreram,
Muito antes de poder crescer.
Menino de rua é agora chamado,
Sem ter poiso onde ficar,
Sem família para ser amado,
Presente que não quer lembrar.
Um futuro tido por incerto,
Na desgraça que sempre viveu,
Sem ter ninguém ali por perto,
Com a esperança que já morreu.
Negro é o seu triste destino,
Traçado sem o seu consentimento.
Talvez seja desígnio Divino!
Ou do signo de nascimento?
Menino pobre, filho da guerra,
Infortúnio com destino traçado,
Por ter nascido na errada era,
E uma família não ter achado.
Carlos Cebolo
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