MARGENS DE RECANTOS ESCONDIDOS
A N G O L A
Nessas margens de recantos escondidos,
Esqueci-me de ti por momentos,
Na inocência do Mundo que te perdi,
Em momentos da infância oferecidos,
Com ternura e constantes sofrimentos,
Que do teu amor, eu não mereci.
Vejo-te de um hemisfério claro e frio,
Com uma áurea muito diferente,
De políticas e políticos a quem não confio,
Deixando-me eternamente descontente.
Paixões profundas em embriagadas sensações,
Contidas em volúpia estafantes da juventude,
Fazem recordar as grandes paixões,
Vividas numa outra mais bela latitude.
Com teus luares sem fim, vistos do nada,
No contraste da terra vermelha humedecida,
Mostras o porquê de seres tão amada,
Pelos verbos da semente em ti nascida.
Daqui olho o céu de estrelas cintilantes,
Sem encontrar um ponto que me oriente,
Mas minhas tristes caminhadas incessantes,
À procura do cruzeiro que o povo sente.
Mostra-me a tua grande força ó mãe natureza,
Ensina-me o caminho das madrugadas quentes,
Faz-me encontrar o belo mar da minha certeza,
No mundo encantado das belas sementes.
Teu cheiro doce, de sabor tristemente inalado,
Recorda tons secos em verdura encantada,
De um lindo projecto começado e inacabado,
Em terreno agreste, outrora ricamente devastado.
No deserto seco e argiloso, nasceu a cidade;
Na savana amarela e agre, surgiu vida civilizada;
Nas serras, planícies e vales, a mocidade
E na selva verdejante e húmida a pátria amada.
No continente africano, onde o Mundo fez escola,
Com o surgimento natural da humanidade,
Foi talhada, nasceu e cresceu a querida Angola.
Meu país Natal, onde deixei a mocidade.
Carlos Cebolo
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