VEJO-TE DE LONGE
22/05/2012
Nesta solidão que me fez cativo da poesia,
Visto-me de aguarelas coloridas e quentes,
Procurando uma fantasia do meu passado;
Nesta terra ao norte do Equador, sempre fria,
Com recordações e ilusões então presentes,
Do lindo país constantemente recordado.
Espero um dia voar, nas asas de um condor,
Iluminado pela bela estrela da saudade,
Levando comigo todo o brilho do amor,
Escondido e guardado na minha mocidade.
Rever Angola do etéreo mundo infinito,
É desejo de quem lá viveu a maravilha,
E deixou este nosso Mundo em conflito,
Sem entender, o porquê de tal partilha.
Perdemos a nossa consciência na loucura,
Numa luta desigual que não apoiamos,
Atingidos por uma febre mortal sem cura,
Que nos mata, longe da terra que amamos.
Outros mistérios terrenos não compreendidos,
Lançados ao redor da nossa frágil vida,
Retarda neste Mundo, os ecos escondidos,
Que dificultam a nossa tão esperada ida.
O regresso à terra mãe que nos viu nascer,
Atrai-nos como vulcão incandescente,
Que do Éden, fez o pai Adão desaparecer,
Levando consigo toda a sua semente.
Sementes nossas, no Mundo florescidas,
Sentem o cosmo flutuar e estremecer,
Por baixo dos pés, em passadas escurecidas,
Procurando a origem que os fez nascer.
E assim, em folha branca procuro traçar,
Toda a resignação duma perdida geração,
Que procura em fotos, amar e relembrar,
O motivo de uma tão grande e triste paixão.
Carlos Cebolo
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