A CONTEMPLAR O MAR
A contemplar o mar, nasce o amor,
Mar dos mistérios, como se diz,
Cheio de aventura e também dor,
Nos naufrágios a sua matriz.
Ver o horizonte nessa hora poente,
Colhendo no seio a natureza,
É sentir o mistério na mente
E da mulher colher sua beleza.
Quantas lágrimas em ti, se verteu,
O tempo perdido no infinito,
Chamando esse amor que se perdeu,
No mundo que se tornou proscrito.
Tocando essa maré desterrada,
Seios de mulher na formosura,
Nesse mar, vive ela enamorada,
No seu sonho, cheio de ternura.
Sonhando com o seu fiel namorado,
Nesse sono, onde se encontra perdida,
Morde o doce fruto desejado
E no acordar, sente a despedida.
Mulher escrava em corpo de rainha,
Com seu amor tarde a desfolhar,
Olha esse horizonte onde se aninha
E assim, morre-se a contemplar o mar.
Carlos Cebolo
Sem comentários:
Enviar um comentário