SONHO OS TALVEZ
NÃO
Sonhei!...
Um sonho triste e desgastante,
Nuvens vindas do Ocidente,
Carregadas de um ódio marcante,
Chegaram ao local onde me fixei,
A caminho do Oriente.
Encontrava-me numa praia deserta,
Pés descalços, caminhava sozinho
E no horizonte, aquela hora incerta,
Traçava-me um inseguro caminho.
A dormir, mas com o pensamento activo,
Ouvia gritos saídos de um armário
E alguém me perguntava qual era o objectivo
De tudo agora ser ao contrário.
Em outros tempos, o percurso era inverso.
Do Oriente vinha os maus fluídos
Que contaminavam todo o Universo
E no Ocidente, ouvia-se os ruídos.
Confuso, o meu sonho continuou,
Não me dando o descanso merecido
E na sua precária incerteza,
Como nuvem cinzenta se esfumou,
Como se nada tivesse acontecido
E o dia nasceu com a sua beleza.
Não sei se acordei de imediato,
Ou se continuei a dormir,
Sem sentir aquele triste sonhar.
Levantei-me e abri a janela do quarto
E o Sol não estava a sorrir
Nem aquele dia a clarear.
Carlos Cebolo
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