VIDAS
INCONVERGENTES
Cai a noite de repente,
Na estepe avermelhada.
Naquele velho continente,
A vida ficou adiada.
Com a noite vem o sossego,
Perigos da noite calada,
Apenas o voar do morcego,
Até chegar a madrugada.
A noite traz o calvário,
Do alimento que não havia,
Sem trabalho o operário,
Fica a barriga vazia.
Lembra o barco que partia,
Com o rumo triste de morte,
Na terra a negra gentia,
Com olhos postos no Norte.
Essa noite do calvário,
A noite de má memória,
O Quilombo ficou vazio
E perdeu a sua glória.
O homem foi trabalhar,
Para a roça do bom café,
Nessa esperança de ficar
Altivo e sempre de pé.
E a linda negra gentia,
Chorava perdidamente,
Com a sua alma vazia
E a dor que o coração sente.
Carlos Cebolo
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