PALCO DA VIDA
Correm-se as cortinas da triste vida,
Naquele palco vazio de terra chão,
Numa alegoria já outrora repetida,
Que esfrangalha qualquer coração.
No primeiro acto a constante tristeza,
A aparente luxúria na vida quotidiana,
Farrapos humanos naquela incerteza,
Daquele triste Mundo que as engana.
Alma amargurada e bastante sofrida,
De uma vida em constante desalinho,
Com o corpo e a alma vendida e ferida,
Procura conseguir um pouco de carinho.
Enquanto aguarda por nova e triste cena,
Limpa as lágrimas escorridas no rosto,
Tem o olhar vazio que à lua mete pena,
Enquanto ajeita o cabelo descomposto.
Sempre à espera de ter mais sorte,
Na esperança que a vida lhe volte a sorrir,
Pensa constantemente na sua triste morte
E na sorte da vida que um dia há-de surgir.
Tem um corpo de uma esbelta mulher,
As suas vestes curtas chamam a atenção,
Dos homens que não ama e não quer,
Mas deita-se com eles, sem condição.
Carlos Cebolo