FALO-TE
Falo-te com sílabas escritas na dor,
De quem agruras colheu na madrugada.
Falo-te com pétalas e espinhos da flor,
Na dor da rosa que se sente desfolhada.
Falo-te da esperança sentida no amor,
Da juventude perdida e humilhada.
Falo-te da triste guerra e seu horror,
Na amizade que se quer partilhada.
Falo-te em cantos da eterna saudade,
Do amor proibido e guardado na dor.
Falo-te do vigor perdido com a idade,
Na experiência que intensifica o amor.
Falo-te na ferida aberta que não sarou,
Da pétala liberta que perdeu a sua cor.
Falo-te da mágoa da flor que murchou,
No amargurado tempo sem sentir amor.
Falo-te do pecado que chamam original,
Da entrega sem reserva ao amor querido.
Falo-te da beleza da alma no sentimento,
Da grande dor sentida pelo pássaro ferido.
Falo-te da esperança da vida na morte,
Do encanto e desencanto da eterna paixão.
Falo-te da miséria que abala este Mundo,
O sentir da dor que bate lá bem no fundo.
Carlos Cebolo
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