SAUDADE
Sinto algo que não sei definir!...
Sensação doce e acre no sentir da alma,
Quando penso no teu partir.
Nas horas de uma madrugada calma,
Oiço os passos do avançar da idade
E sinto o azul claro de um dia de verão.
Dizem-me que é saudade!...
Ou talvez um aperto do coração.
Quando partiste para parte incerta,
Senti a mesma emoção!...
Sensação que sinto na noite deserta,
Com um apertar do coração.
Se o que sinto é saudade!...
Um sentimento de prisão e liberdade,
Que não sei bem definir!...
É uma triste realidade
Que senti ao ver-te partir.
Sonho com uma paisagem linda,
Montanhas azuis que confundem o céu,
Com a tua imagem no meio do alecrim.
Naquela triste noite finda,
Em que partiste, levando na cabeça o teu véu,
Vejo-te agora a chamar por mim.
Novamente a sensação que não sei definir.
Sinto na tua lembrança a dor!...
E como não sei mentir…
…Chamo-lhe simplesmente amor.
As estrelas dizem-me que não.
Não é amor!...
É a eterna saudade.
Limpo as lágrimas com a mão,
Como querendo afastar aquela dor
E sinto-te feliz na eternidade.
Aprendi com o meu sofrer,
Que a sensação estranha que sentia,
Com toda aquela realidade,
Era o tempo a correr.
Como um passo de magia,
Aprendi o que é a saudade.
Carlos Cebolo
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