OUTONO
Nostalgia do tempo que corre,
Na secura agreste da Natureza,
O vistoso floral verde que morre,
Para renascer com a sua beleza.
O belo regresso ao passado,
Da juventude agora perdida,
Com este presente inacabado,
Onde a alma se sente ferida.
Gotas de suor salpicam o rosto,
No Outono triste, o lamento,
Das lembranças e seu desgosto,
Neste Mundo em movimento.
Flashes que formam instantes,
Da vida cada vez mais ausente,
Com os seus desafios constantes,
Mostram a realidade do presente.
Sente-se o silêncio da vil solidão,
Em sonetos de ardente saudade,
Que retrata toda aquela recordação,
Com lembranças da boa mocidade.
Um renascer que se refugia no amor,
Em ecos soltos que parecem distantes,
Com os sons surdos que denotam pavor,
Por não serem eternos como o diamante.
Vidas passadas e sempre vividas,
O sentir da feliz e boa recordação,
Da juventude e saudades sentidas,
Lembradas agora na triste solidão.
No envelhecer onde se perde o sono,
Flashes do tempo que não esmoreceu,
Mostram os traços vincados do Outono,
De uma vida que o amor não esqueceu.
Ouve-se o murmúrio do eterno mar,
Sente-se o som da tristeza na solidão
E a primavera da vida a querer passar,
Levando consigo a bela recordação.
Este Outono que corre sem ter leme,
Enquanto o coração da triste alma grita,
Por um passado, no futuro que teme,
Neste presente em que ainda acredita.
Carlos Cebolo
Sem comentários:
Enviar um comentário