Acerca de mim

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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sexta-feira, 31 de julho de 2015


REFLECTIDO OLHAR

Na linha ténue de partida,
No limiar que não é meu,
Deixo reflectir meu olhar
E esboço uma despedida,
Relembrando o que se perdeu,
Sem poder deixar de notar,
A luz suave daquele cantão
Que abraçou o meu coração.

E por entre os campos sem fim,
Sinto correr o suave vento,
Ou aquela dor que consinto,
Deixar ficar dentro de mim,
Com o incessante lamento,
Do correr da angustia que sinto,
Apertar o meu coração,
Na lembrança daquele cantão.

Numa objectiva universal,
Com ideais de sonhos perdidos,
Penso ainda, não ser verdade,
Aquele passado que foi real,
Com os seus desejos escondidos,
Ser hoje a grande realidade,
Daquele belo e doce cantão,
Onde ficou o coração.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 30 de julho de 2015


NOVO AMOR

Percorro as ruas estreitas,
Ruas que me levam à capela,
Lá no cimo do monte Sião.
Não vi alma penada, nem maleitas,
Apenas uma imagem e uma vela
Acesa naquele pequeno salão.

Lá dentro, o silêncio,
Quase sepulcral, se não fosse o vento
Que entra pelas frinchas da janela,
Trazendo um leve cheiro a incenso,
Como um ruído de lamento,
Que faz oscilar a fraca luz da vela.

Olho aquela capela nua!...
Num altar, ao centro apenas uma cruz
Que reflecte a luz da lua
E ilumina o monge de capuz.

Sento-me ao seu lado em silêncio,
Respirando aquele mudo momento,
Como se observasse o adversário, num desafio,
Ou por onde entra o fresco vento.

Oiço uma voz suave que me pergunta!...
Irmão o que o traz por cá?
Este é um lugar de culto Jesuíta
E Jesus é o nosso maná.

Com voz baixa, digo que Jesus morreu,
Ali está apenas uma cruz.
No silêncio das palavras, o lugar escureceu
E a vela pouco já reluz.

Oiço uma voz no meu interior!...
Ao meu lado, o monge já não está,
…Jesus não morreu, vive no amor
E o seu pensamento anda por cá.

Perturbado, procuro o monge,
Não o encontro em lugar nenhum,
Encontro-me só, naquele lugar tão longe,
Com uma enorme vontade de fazer jejum.

Levanto-me devagar, olhando aquela cruz,
Sentindo de momentos, no peito uma dor.
No meu pensamento, o monge de capuz
E no meu coração, sinto um novo amor.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 29 de julho de 2015


ESPELHO D’ÁGUA

No reflectir da mente,
Gosto de ver o luar no espelho d’água,
Tua imagem presente,
Afastando as mágoas
Que surgem nesta vida de repente.

Aquele luar prateado,
Que do teu doce olhar me faz cativo,
Dum amor desejado,
Sempre de porte altivo,
Que no meu coração ficou guardado.

Sem me querer lembrar,
Do momento que não posso esquecer,
Recordo o teu olhar,
Espelho d’água ser,
Sem te ter e não te poder amar.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 28 de julho de 2015


DESEJO -TE

À noite serei eu vampiro,
Não de sangue que me entristece,
Mas do teu sabor que respiro
E dos versos que a mente tece.

Por entre os teus lençóis de linho,
Deslizar suave o pensamento,
Tecelão do seu próprio ninho,
No bater da aurora, o momento.

Bater à porta da aventura,
Num beijo do teu lábio ardente,
Antes que chegue a sepultura,
Do amor que o corpo ainda sente.

E depois da noite alcançada,
Teus olhos meigos de fadiga,
Deixam-te ainda desejada.

Esse teu corpo perfumado,
Sedosa pele de rapariga,
Que intensifica o meu pecado.

Serei vampiro desse amor,
Com o nosso beijo selado,
Fica o segredo do fervor,
Nos lençóis de linho, bordado.

Na nossa união passageira,
Liberta-se o odor do prazer,
Com esta aventura ligeira
Acabar com meu padecer.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 27 de julho de 2015


LUAR TARDIO

Haste murcha duma vida,
Deixou de ser divertida,
Sem a visão do seu luar,
Naquele sonho de encantar.

Doce pomba enamorada,
Rasga minha infância atada,
Estende as asas em mim,
Que o dia não tenha fim.

Assim morre os meus sonhos,
Pensamentos medonhos,
Entre mágoas antigas,
Formando-se cantigas.

Na vontade de ser teu,
Foi fogo que não ardeu,
No fugir da ocasião,
Fechou o teu coração.

E ninguém o abriu em vão,
Ouvindo-o em confissão,
Reacendendo a velha chama,
Partilhando a mesma cama.

Pudesse eu assim fazer,
Ao sentir o teu querer,
Num amor que não perdeu,
A esperança que não morreu.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 24 de julho de 2015


E O LÍRIO NATO SECOU

E o lírio nato secou,
Estepes negras do além,
O colibri que não voou,
Por lá não ficou alguém.

E o lírio nato secou,
Nas terras do fim do Mundo,
O vento por lá passou
E deixou o ai profundo.

E o lírio nato secou,
Secou de tanta saudade,
Naquelas terras que amou,
Lá deixou a mocidade.

E o lírio nato secou,
Nas lágrimas do seu chorar,
A sua alma transformou,
Todo aquele lindo luar.

E o lírio nato secou,
Nessa dor que então sofreu,
Com o amor que lá ficou,
Juventude que perdeu.

E o lírio nato secou,
Com o luar que se escondeu,
Nas terras onde brincou,
Com a alegria que viveu.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 23 de julho de 2015

    

DESAFORTUNADO

Num ninho de pardal abandonado,
No símbolo da vida que se refaz,
Encontra-se o futuro indesejado,
No degredo que não o satisfaz,
Entre os ramos das árvores frondosas,
Não encontrar flores apetitosas,
Nem néctar com seu intimo sabor,
Daquele nascer feito de puro amor.

Nasce o homem no seu berço dourado,
Hora alegre na tristeza que fica,
Da vida de sabor amargurado,
Que ao longo do tempo se verifica.
Nessa tristeza presa ao pensamento,
Deixa no ar o seu triste lamento,
Duma alma que não encontrou o amor,
Nesse seu mundo, repleto de dor.

O coração nobre que não descansa,
Sem poder dormir com sonhos pesados,
Aflição desde o tempo de criança.
Os sonhos negros na alma desenhados,
Aumentam mais o seu desassossego,
Negando nesse seu Ser, o aconchego,
Dum forte abraço repleto de amor,
Que reprima a sua tristeza e dor.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 22 de julho de 2015


INSÓNIA

Se não durmo, também não quero dormir,
Um bocejo inútil na dor da insónia,
Tempo morto na madrugada a surgir,
O acordar dum corpo em estado de invernia.

E por vezes, assim me sinto acordado,
Como folha de papel deitada ao vento,
Adaga partida na mão do soldado,
O último elo dum grande regimento.

Quando acordo, deixo de poder sonhar,
Não deixo descansar a mente dorida,
Com a insónia que apenas me faz acordar.

Meu sentimento é pensamento vazio,
No valor da alma que se encontra apreendida,
Num corpo que de repente fica frio.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 21 de julho de 2015


CARRO DE APOLO

O carro de Apolo, rola no horizonte,
Nas gastas estradas e caminhos sem fim,
Feliz de quem bebe água na pura fonte
E de quem passeia num lindo jardim.

A poeira que levanta tinge o horizonte,
Com aquele nevoeiro triste, seco e sombrio,
Que esconde a beleza das neves, no monte,
Deixando apenas, o sentir do seu frio.

Corre solto Apolo no carro veloz,
Naqueles raios de fogo que produz,
Deixando este Mundo sem a sua voz.

O fogo que queima o próprio renascer,
Da esperança que neste Mundo nos conduz,
Entre rodas que rolam no seu prazer.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 20 de julho de 2015


VIDA DOS SENTIDOS

Da Flauta antiga do deus Pan floral,
Sons graves e agudos no ar ouvido,
Também traz tristeza na vida real,
Quando a alma vagueia sem ter sentido.

Melodia sentida com o vento,
Carrega na mente, sua tristeza,
Entre o forte sentir do pensamento,
Duma triste vida na incerteza.

Esta flauta antiga de sons dourados,
São os silvos do ar que passa breve,
Entre o Outono dos dias desejados.

Primavera perdida no sentir,
Também verga a flor com seu peso leve,
Daquela luz solar que a fez florir.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 17 de julho de 2015


NADA É IGUAL

Naquela terra selvagem,
Onde nasci,
O arco-íris de mil cores,
Doce aragem,
Todo aquele amor que senti
Nos seus odores.

Colher um cacho de dendém,
Banana pão,
O peixe seco posto ao lume
Como convém,
Por paragens daquele sertão,
Uso e costume.

Lá conheci o meu amor,
Gémea de mim,
Também outras tantas consortes,
Com a mesma dor,
Pisaram o mesmo capim,
Com seus filhotes.

Lugar encantado de luz,
O livre amor
Que esperei e sentir de ti,
A minha cruz,
Com esta inesquecível dor,
Também senti.

E senti todo aquele encanto,
A liberdade,
Uma esperança sempre presente,
Naquele recanto,
Com a promoção da igualdade,
Que o corpo sente.

Futuro traçado com dor,
Sem alegria,
Com esta luta desigual,
Ficou o amor,
Traçado naquela magia.
Nada é igual…

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 16 de julho de 2015


AMAR A NATUREZA

Há quem julgue, gostar e amar a Natureza
Abrir a janela, ver os campos e o rio,
Não é suficiente para se ver tanta beleza,
Sentir a brisa e no seu corpo um calafrio.

É preciso não pensar e tocar a flor,
Com a janela fechada, sonhar e sentir,
Naquela insignificância sentir amor
P’ra tocar na borboleta, sem a ferir.

Não é bastante não se ser cego e não ver,
Beleza tamanha que nos invade a mente,
Amar a Natureza no sentir e crer.

Na sua surdez, ouvir e não compreender,
Os sons livres que na Natureza se sente,
Ouvindo os pequenos seres no seu viver.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 15 de julho de 2015

    
 ANJO MUTILADO

Numa noite de um quente verão,
Tive um sonho que se tornou pintura.
Cada vida tinha a sua primavera
E cada primavera, tinha o seu coração.
Vi a primavera, no sítio onde se pendura
As recordações que na vida se espera.

Reparei que um anjo descia do céu
E ao tocar a terra perdeu as suas asas,
Trazendo na mão uma linda esfera.
Dentro da esfera o meu coração e o seu
E nos olhos um correr de águas rasas.
O anjo vinha fugido do céu, onde tudo era triste,
Como triste é a cruz que prendeu o Senhor.

Tornou-se um traquina menino muito alegre,
Como todos os meninos da terra
Deveriam ser, sem conhecer a dor.
Tirou da esfera o meu coração que fundiu com o seu
E então deu-se o milagre.

Tornou-se apenas um menino e entrou dentro de mim.
Quando se cansa, como qualquer menino, adormece.
Levo-o ao colo e coloco-o na minha cama.
A meio da noite acorda e brinca com os meus sonhos.
Fala-me de livros secretos dos profetas,
Dos pescadores, do peixe e da sua escama;
Dos homens monstros, dos abismos medonhos,
Do triste sonhar dos grandes poetas.

Logo pela manhã, acorda e volta a brincar.
Ensina-me como as pequenas coisas são importantes.
As pequenas pedras que encontra pelo chão,
O canto dos pássaros no seu belo trinar,
As maravilhas da Natureza que não via antes
E a mente dos homens, sem a compaixão.

Corre sem se cansar pelo prado,
Rouba fruta nos pomares e apanha flores.
Na minha ansiedade, pergunto-lhe por Deus.
Muito triste, diz-me que nunca o viu!...
Nem sabe se existe!...
Todos estes horrores!...
Do céu, via constantemente o sofrer da humanidade
E resolveu fugir, para mostrar o seu desagrado.
Não sabe a sua idade,
Nem mesmo de quando do céu partiu,
Nem tão pouco, a origem das suas dores.
Vive comigo desde sempre,
E quer continuar a ser sempre criança,
Fazendo da terra o seu eterno céu.
Fala-me com mágoa, da ganância,
Da urgência em libertar da cruz o seu Cristo Senhor,
Proteger da fome, a criança e fazer a mudança
Para acabar neste Mundo, a triste dor.

De repente o sonho muda!...
Vejo os homens soldados com as suas armas,
Crianças sem terem força para brincar,
A humanidade com todos os seus “carmas”
Sem ter já forças para lutar.
Crianças a morrerem de fome,
Homens a matarem por prazer,
A vil doença que nos consome,
Entre os homens, o amor a desaparecer.
Dos olhos do anjo, um rio de sangue corre…
Inunda a terra com a sua cor escarlate
E o anjo na sua agonia, morre,
Agarrado a uma criança, com pele da cor do chocolate.
O meu acordar é medonho…
Ao meu lado o anjinho abraça-me e diz: - Bom seria se fosse sonho…
Mas é um pesadelo, respondeu por fim
E ainda a chorar, refugiou-se dentro de mim.
Carlos Cebolo
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terça-feira, 14 de julho de 2015


SONETO TRISTE

Sonhador e ingénuo, crês em tudo,
Sina traçada como destino,
Já vem do teu berço de menino,
As feridas abertas do Mundo.

Na crença, um farol sem sua luz,
Escuridão, morte sem sentido
Daquele Deus que não se quer temido,
Na desgraça que o Mundo produz.

Este Deus que te fez assim crente,
Também é o Deus omnipotente,
Que a tua fé, assim te arrebata.

Daquele resto de cruz, ter um lenho,
Saber ao que vou e o que tenho,
Essa esperança que aos poucos se afasta.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 13 de julho de 2015


HÁ SEMPRE UM DEPOIS

Depois do renascer, o calor!...
Volta o tempo quente do verão.
Sente a Natureza e o seu amor,
Doce carícia da minha mão.

Teu leito feito de luz e paz,
Delírio sonhado do meu pecado,
A tua frescura que me apraz,
Na emoção de por ti, ser amado.

Entre as águas claras do teu rio,
Na vontade de sentir teu desejo,
E encheres meu coração vazio,
Com a ternura do teu doce beijo.

Deixa a primavera o seu encanto,
Nas ondas salgadas doutro mar,
Deste quente verão do teu pranto,
Onde o nosso olhar se vai cruzar.

E de longe sentir a emoção,
Esse teu amor sentir por perto,
Como alimento do coração,
Que por te sentir, fica desperto.

Carência dos corpos no sentir,
Afagos desejados da mente,
Neste teu verão que está a emergir,
Com teu desejo sempre presente.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 10 de julho de 2015


MEMÓRIA

Por vezes, sinto-me nu na escuridão,
Não me lembro do correr límpido do rio,
Da primavera, verão, inverno frio,
Nem do som suave do vento no sertão.

Por vezes não me lembro da cor do chão,
Não me lembro da cor das ondas do mar,
Da conjugação do lindo verbo amar,
De como é bom, não ter de pedir perdão.

Por vezes não me lembro do teu degredo,
Daquele belo sabor do teu doce beijo,
De querer e sentir um forte desejo.

Por vezes não me lembro do meu segredo,
Não me lembro de alguma vez ter certeza,
De um dia ter tocado a tua beleza.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 9 de julho de 2015


NÃO EXISTE FUTURO

Ninguém alcança o futuro!...
O futuro não existe,
No seu alcance é presente.
Neste tempo sempre obscuro,
Presente que não desiste,
De alcançar o seu nascente.

E assim, tudo isto é presente,
Também o passado o foi
Tempos guardados na mente,
Esta recordação! – dói…

Dói na alma e na mente,
Como o cerco da prisão,
De quem se lembra então,
Do muro sempre presente.

E assim será o futuro,
Arrastando a solidão,
Aguarda pela partida,
Sempre por detrás do muro,
Sem ter outra condição,
No presente a sua ida.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 7 de julho de 2015


ESCALADA

Por entre os juncais e o rio,
Encobre a lua seu luar.
Esse seu correr vazio,
Sem seu amor encontrar,
Acompanha o vento frio.

Roda a bola velha esp’rança,
Dum desejo já tardio,
Entre as mãos duma criança
Que perdeu o desafio,
A glória que não alcança.

E esta escalada da vida,
Passo a passo o encantamento,
Que nesta escrita é sentida,
Entre poemas do momento,
A escalada prometida.

E assim toca o coração,
De quem lê esta magia,
A varinha de condão
Na tristeza da poesia,
O valor que a ela, dão.

Intensifica o fervor,
Na distância que separa,
O poeta da sua dor,
Por entre o fingir que o apara,
Da dor que traduz amor.

Carlos Cebolo
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