MULECA
21/06/2012
Lembranças…
Porque as sentimos?
Teu corpo negro ardente,
Menina, mulher frescura,
Alegria e danças.
Tudo que o espírito sente,
E que o corpo procura.
Pés descalços, seis nus,
Beleza natural sem pinturas.
Corpo esbelto, olhar que seduz,
Desejos ardentes, loucuras.
Sais do kimbo, para a cidade,
Apregoas beleza como ninguém,
Não mostras na tua idade,
As dores que a alma tem.
Olhar triste, sedutor e esperançado,
Gestos soltos e cativantes,
Percorres teu sonho encantado,
Entregando-te aos teus amantes.
Palavras soltas sem destino,
Lágrimas que choram no vazio,
Fazem de ti ser divino,
Corpo quente e espírito frio.
Amores calados na dor,
Indiferença em desalinho,
De quem não sente amor,
E por ti não nutre carinho.
À noite, cansada de esperar,
Por um melhor destino,
Procura o corpo sossegar,
Chorando no seu cantinho.
Já não sabe quem é!
Abre as janelas do seu coração,
Sente uma grande fé.
No acordar do seu sertão.
O amanhã será talvez!...
O dia da esperança renascida.
Espera paciente, pela sua vez,
A felicidade há muito merecida.
Muleca, mãe, mulher,
Idade passada, menina,
Ainda não sabe o que quer!
Já a vida a desanima.
Carlos Cebolo
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