TUA
AUSÊNCIA
05/06/2012
Sentires, apenas os sentidos ausentes,
Que o meu dormente corpo derrama,
Vertendo o néctar sagrado que sentes,
E que o teu cálice doce e quente chama.
Pétalas deixadas e esquecidas pela frente,
No caminho do sonho por mim imaginado,
Com pausas e delírios da tua vertente,
Que deixou de jorrar o teu mel abençoado.
És o desafio constante do meu anoitecer,
Com aromas de carícias do teu sopro quente,
Na boa luz do tempo que me faz adormecer,
E sonhar com a beleza da tua doce semente.
Lágrimas vazias recordam a tua ausência,
Sentida na incógnita da tua leve presença,
Que nos meus lençóis deixastes a essência,
Do odor do teu corpo, como uma sentença.
Neste meu sonho, sou a eterna esperança,
De um sexto sentido vertido e por mim inalado,
Que me faz flutuar e pelo estrelado céu avança,
Rumo a um futuro que se pretende inacabado.
Tua língua secreta, percorre o meu desejo,
Irrequieta e sedenta, em pequena e suave pausa,
Saboreada com o teu doce e humedecido beijo,
Que no meu sonhar, não vejo a tua triste recusa.
Tua ausência, estranha aos sentidos do amor,
Tua fuga delirante ao sentir dos meus sentidos,
Formaram umas negras nuvens que causam dor,
Fazendo sangrar este coração por ti empedernido.
Na arte de amar, mostras a tua nítida intolerância,
Sem lágrimas, nem compaixões na tua tristeza,
Exigindo a eterna luz do prazer na abundância,
Dos corpos flexíveis na incessante firmeza.
Esperar-te-ei eternamente no prazer da sedução,
Em sonhos dos meus sentidos vividos na ilusão,
Que do teu olhar sinto todo o desejo florescer,
Nas tristes noites deste meu eterno adormecer.
Carlos Cebolo
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