NAQUELA MINHA TERRA FORMOSA
28/06/2012
Naquela minha terra formosa,
Vivi a juventude, dia a dia,
Mais formosa ainda seria,
Se ainda fosse mais frondosa.
Mantendo-se sempre airosa,
Com todos os filhos na mente,
Colhendo a sua boa semente.
Minha Angola que ruiu,
Erguendo-se sem ter lei,
Tudo isto eu perdoei,
Da maneira que surgiu.
O sonho que se cumpriu,
O que todo o povo consente,
Um futuro que não mente.
Tudo o mais se consentiria,
Se o povo pudesse merecer,
Tudo o que se puder fazer,
P’ra voltar a ser grande um dia,
Destino que a terra merecia.
Como eu ficaria contente,
Se tudo pudesse ser diferente.
Minha terra tão negra e bela,
Com grande riqueza no interior,
Aos pobre filhos provoca a dor,
Com uma tristeza que é só dela,
Anda à deriva, como barco à vela.
O triste choro que o povo sente,
A realidade da vida que não mente.
Grande riqueza, mal distribuída,
Futuro que ao povo se promete,
O governante no bolso mete.
Grande fortuna assim adquirida,
Com riqueza mal distribuída,
É fruto do povo e semente,
História passada, que não mente.
Angola que me faz chorar e rir,
E tudo o que por lá aconteceu,
Lembra o amigo que morreu,
O futuro que não se fez cumprir,
No triste mundo que o fez ruir.
São lembranças da minha mente,
De quem viveu e foi semente.
Má memória atribulada,
Da história sem mentir,
Promessa por se cumprir,
Denúncia de gente malvada,
Sem provas, tudo é nada.
Vence quem mais mente,
Na dor que o povo sente.
Carlos Cebolo
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