AUSÊNCIA
Quando chego à janela e o inverno vejo,
Sem espírito nesse espaço celeste,
Perco a vontade desse meu desejo
E essa tristeza na
noite se veste.
Nos escuros cantos procuro segredos,
Nascem visões da nova escura lua,
No sorriso agreste desses degredos,
Procurando na noite, ver-te nua.
Ei-la agora tão triste e sem valor,
Essa glória que outrora se vestia,
Que em tudo se via e sentia amor,
O desejo que o teu olhar vertia.
Imperfeita e indecisa surge a lua,
Nesse céu que para a terra tudo fecha,
Sem a chama do amor da lua crua,
Meu amor que nessa noite se queixa.
Essa solidão que o mundo murmura,
Na ausência da aurora e da sua luz,
Espraia pela terra a noite escura,
Mas teu olhar, ainda me seduz.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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