LONGE VÃO OS
TEMPOS
De saudade me aflige a mente,
Que quem fui não o sou agora,
Com pensamento tão diferente,
Como diferente foi outrora.
Em sonhos vive-se essa ilusão,
Da passada vida sentida,
Neste presente em confissão,
A gravura agora retida.
Sem ter uma memória na alma,
Das lembranças que se apagam,
Com pouco se mantém a calma,
Na tristeza onde desaguam
E por muito ficar retido,
Aos poucos se perde a vontade,
Em lembrar o que foi vivido,
Durante a sua mocidade.
Longe vão os tempos floridos,
Mais longe ficou o pensamento,
Na vazante dos seus queridos,
Lamentação do tal momento.
Carlos Cebolo
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