NADA
Nada. Na descrença, a vida sem suporte,
Como essas velhas tardes já consumidas,
Da vida que agarra a sua própria morte,
Como as dolorosas noites mal dormidas.
Nada. Sempre a mesma dor e inquietação,
Por te querer junto a mim aconchegada,
Ouvindo o descompassado coração,
Na esperança vazia da tua chegada.
Nada. Nada consola o sono tirado,
De uma alma que no sonhar, paga um preço alto,
Na ânsia de por ti voltar a ser amado
E sossegar esta vida em sobressalto.
Nada. Nem mesmo a esperança se mantém activa,
Nem fé nem saber para ancorar bom porto,
Onde possa encarar de frente outra vida,
Nessa solidão de um passado já morto.
Nada. Nada me tira toda a emoção,
Do passado vivido com essa saudade,
Desse amor retido com grande paixão,
Dos tempos idos da minha mocidade.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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